segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

MUNDURUKU - Não precisamos de Arautos da moralidade, temos nossa Organização Indígena

 

O Blog FAROFINO, em contato mantido com o presidente da Associação Pusuru, Francinildo Cosme Kabá Munduruku, tomou conhecimento dos fatos narrados pelo atual presidente, que demonstrou indignação com os comentários e insinuações que vem se propagando pelas redes sociais, através de um blog e de dois ex-vereadores que se intitulam o “Arautos da Moralidade” e por esse motivo, Francinildo Munduruku, expediu através da Associação Pusuru-AIP, um manifesto de interesse do povo Munduruku.

É sabido que esses ex- parlamentares, não satisfeitos pela derrota nas últimas eleições de seus aliados, atiram pedras em toda direção, mesmo eles tendo telhados de vidro! Hoje, se apresentam como defensor dos direitos do povo, haja vista que quando vereadores, os mesmos não tiveram essa disponibilidade em favor do povo!

Perguntado a Francinildo Munduruku, qual motivo levou a Associação Pusuru expedir esse manifesto, disse ele “a mentira não pode vencer a verdade, nosso povo não será massa de manobra daqueles que insistem em afirmar que são nossos defensores, onde na verdade, são apenas os interesses pessoais de cada um deles que prevalecem, e por esse motivo, não ficaremos calados diante dessa situação, eles e outros mais, já causaram duvidas e dividiram nossos parentes, causando prejuízos a nossa população”.

Diante dos fatos, segue abaixo o manifesto em toda sua totalidade e texto fiel do original expedido pela ASSOCIAÇÃO INDÍGENA PUSURU-AIP.

MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE DO POVO MUNDURUKU

A Associação Indígena Pusuru – AIP, é a associação que representante o Povo Munduruku do Alto Tapajós, nos termos do art. 232, da Constituição Federal de 1988, e investida nesta legitimidade, vem, expor que:

Neste ano de 2023, se vive uma nova era para os Povos Indígenas do Brasil, fruto de séculos de luta e resistência pelo reconhecimento de seus direitos por serem os moradores originários da Terra Brasil, uma vez que os índios aqui habitam desde tempos imemoriais, porém, desde 1.500, com a chegada dos colonizadores europeus, se deu início a formação do atual Povo Brasileiro, com forte miscigenação entre indígenas, negros africanos e europeus, o Brasil moderno, é a nação, é a casa de todos os brasileiros, em igualdade, sejam descendentes de indígenas, escravos africanos, povos europeus, etc. Porém, ainda há centenas de povos originários/indígenas que vivem na terra Brasil, segundo seus usos costumes e tradições, como nós os Mundurukus, que junto aos demais povos, sempre lutamos e resistimos pela garantia e reconhecimento de nossos direitos, assegurado por sermos os moradores originários, bem como, por força do art. 232, da Constituição Federal de 1988. Assim é garantido aos indígenas do Brasil o direito sobre as terras que ocupam e de viver segundo seu modo de vida cultural - usos, costumes e tradições.

Um dos frutos desta luta e resistência seculares, hoje há indígenas ocupando cargos de elevada importância na organização dos Governos, como: 1) Ministra da República (Sônia Guajajara); 2) Presidente da FUNAI (Joenia Wapichana); 3) Secretário Nacional de Saúde Indígena (Weibe Tapeba); 4) Secretário de Estado no Pará (Puyr Tembé); 5) Presidência da Fundação Estadual do Índio/Amazonas (Vanderlei Alvino); Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Amapá (Eclemilda Macial – etnia Galibi Marwomo), etc. Em Jacareacanga-PA, cita-se o Presidente da Câmara Municipal, Vereador Giovani Kaba, da etnia Munduruku, que se elegeu presidente no biênio 2021/2022 e se reelegeu para 2023/2024, sendo o primeiro indígena em mais de 30 anos de emancipação política de Jacareacanga a ocupar essa função.

Estes dados mostram que nesta nova era pessoas indígenas de diversas etnias estão assumindo o protagonismo e o comando na condução dos órgãos de governos, seja na União, nos Estados e nos Municípios, que executam as políticas que atende aos povos indígenas, logo pessoas indígenas, passam a cuidar e buscar solução para seus problemas individuas e coletivos.

Trata-se do reconhecimento que nestes cinco séculos, desde 1.500, os indígenas, se qualificaram no campo científico (em escolas e faculdades) e amadureceram nas relações sociais e institucionais (participando da vida política e administrativa do País), e agora estão preparados para assumir o citado protagonismo e comando das instituições e órgão indigenistas do Estado Brasileiro.

Esse protagonismo e comando, pelo visto nas redes sociais, blogs e outros, está incomodando pessoas, que fazem diversas matérias e falas, que trata os indígenas indicados e nomeados como pessoas desqualificadas e despreparadas para cumprir o papel de gestores de seus interesses. Falam sem conhecer o preparo científico e experiência política e institucional dos indígenas nomeados e indicados por suas legítimas representações culturais e institucionais, logo, falam sem conhecer, ou se conhecem, falam por má-fé ou preconceito! 

Não para por aí, há aqueles que iniciam perseguições aos indígenas que estão em exercício de cargos e funções de estado, cita-se, a perseguição em andamento contra o indígena da etnia munduruku, Giovani Amâncio Caetano Kaba Munduruku, que foi reeleito Presidente do Poder Legislativo de Jacareacanga-PA, com 09 (nove) votos de 11 (onze) vereadores que compõe o Plenário da Casa Legislativa de Jacareacanga-PA.

A perseguição inclui denúncias, as quais devem em respeito as leis serem, evidentemente, respondidas pelo Presidente, e agora continua através de uma ação judicial, na qual os mesmos perseguidores do Povo Munduruku, pedem a anulação da eleição que reelegeu Giovani Kaba, alegando de que houve manipulação na data e hora de realização da eleição, alegam que a eleição deveria ter sido realizada dia 15/12/2022 e não dia 09/12/2022 (como foi feita), alegam que estes 05 (cinco) dias, ou seja, ente 09/12 (dia que foi feita a eleição) até dia 15/12 (dia que segundo os perseguidores se deveria fazer a eleição),  teria supostamente retirado dos demais interessados o tempo necessário para formar e inscrever chapa para concorrer ao cargo de presidente do legislativo municipal.

A eleição foi feita dia 09/12/2022, com fundamento no § 1°, do art. 20, do Regimento Interno da Câmara Municipal, que diz “A eleição para renovação da Mesa no segundo período legislativo será realizada na ordem do dia da última sessão ordinária de encerramento do primeiro período legislativo, empossando-se os eleitos no dia 1° de janeiro do ano subsequente.”. Portanto a eleição deve ser feita na última sessão ordinária, que em 2022, ocorreu dia 09/12/2022 – sexta-feira, sendo a sessão do dia 15/12/2022 – quinta-feira, uma Sessão Solene, na qual são entregues os títulos e demais homenagens aos indicados pelos vereadores. Todos sabem que as Sessões Ordinárias na Câmara de Jacareacanga, ocorre toda sextas-feiras, conforme diz o Regimento Interno!   

Também o Presidente do Poder, Giovani Kaba, conduziu os trabalhos da eleição do dia 09/12, porque a alínea “a” do art. 20, do Regimento Interno, diz que “Presente a maioria absoluta dos vereadores, o presidente deverá proceder conforme o § 4°, do art. 1° deste regimento”. Portanto por força do Regimento Interno cabe ao Presidente proceder/conduzir os trabalhos da eleição, exatamente como foi feito.

Estes perseguidores não se contentam, não aceitam, que um indígena seja o Presidente do Poder, querem somente o voto dos vereadores indígenas, para que eles, sejam os eleitos para o Poder!

Mas terão de aceitar a citada nova era aos povos indígenas, na qual são protagonistas de seus interesses, e não venham falar em despreparo e incompetência, porque isso vamos entender como manifestação de preconceito!

FRANCINILDO COSME KABA MUNDURUKU

PRESIDENTE DA AIP

 FFA verdade prevalecerá e os insensatos que atiram pedras a distância, haverá de prestar contas com a Justiça Divina e aqui na terra com a Lei dos homens.

MUNDURUKU - "Tudo indica ser falas de pessoas que não aceitam o protagonismo indígena"

 

Novamente em contato com o presidente da Associação Pusuru, Francinildo Cosme Kabá Munduruku, O Blog FAROFINO, tomou conhecimento de outra nota divulgada pela Pusuru, que trata deste momento em que pessoas indígenas estão sendo nomeadas em todo o Brasil para administrar os órgãos que cuidam dos interesses dos povos indígenas em todo o país, ele citou a Ministra da República - Sônia Guajajara, o Presidente da FUNAI - Joênia Wapichana, o Secretário Nacional de Saúde Indígena - Weibe Tapeba, o Secretário de Estado no Pará - Puyr Tembé, o Presidente da Fundação Estadual do Índio do Amazonas - Vanderlei Alvino; a Secretária Extraordinária dos Povos Indígenas do Amapá - Eclemilda Macial, e o Presidente da Câmara Municipal de Jacareacanga, Giovani Kabá Munduruku.

Para Francinildo Munduruku, “nós não aceitaremos ofensas onde somos desqualificados a exercermos quaisquer cargos, seja na esfera municipal, estadual ou até federal, nossa gente tem qualidade e está cada dia sendo preparados para assumir suas funções dentro de nossas aldeias e nos órgãos da federação, somos unidos em nossa causa, mesmo sabendo que forças externas se armam contra nossa gente, ainda assim, teremos forças para nos defender com as qualificações as quais nosso povo tem direito, estamos vivendo este momento, onde os Munduruku do Alto e Médio Tapajós, em Assembleia Geral Extraordinária, realizada 6 e 7/02/23, na Aldeia Waro Apômpu, indicaram para Coordenador do DSEi Rio Tapajós – Tomaz Waro Munduruku, para Coordenador Regional da FUNAI/ Itaituba – Hans Amâncio Kabá Munduruku; e, para Coordenador da CTL/FUNAI/Jacareacanga – João Akay Kabá”.

Os Munduruku, demonstram insatisfação ao se deparar com os comentários daqueles que um dia, se apresentavam como parceiros e aliados do povo Munduruku, na intenção de se beneficiar para que seus nomes fossem indicados em assembleia geral, para ocupar cargos relacionados a assistência e apoio ao povo Munduruku.

Vale lembrar que os indígenas Munduruku de hoje, já não são mais os mesmos do passado que viviam mendigando apoio de pessoas insanas que pensavam apenas no assistencialismo desse povo para se perpetuar no poder, e ficar por anos frente a órgãos de apoio as famílias indígenas.

A união desse povo indígena, é a força da unidade que valoriza sua cultura diante de tantas críticas manifestadas por aqueles que sempre desejaram está em uma função de destaques em defesa dessa gente que hoje eles tanto criticam, embora para essas pessoas que são na verdade lobos vorazes, os mesmos falam que esses nomes apresentados, fazem parte de uma associação indígena criminosa, o que é muito grave tais afirmações, pois, esse povo construiu sua história, com muita luta para chegar onde estão.

Na verdade, a nota apresenta e esclarece a sociedade a formação e experiência dos indígenas indicados pelo povo Munduruku.

Seguindo com a matéria e finalizando sua fala, Francinildo Munduruku diz “os parentes indicados tem grande capacidade científica, são todos pós-graduados e possuem elevada experiência de trabalho e/ou trabalharam na área pública, e dizer que são despreparados, incompetentes e que fazem parte de uma associação criminosa indígena, é preconceito, inveja e também um crime, a Pusuru está avaliando entrar com representação criminal junto ao MPF contra essas pessoas, para apurar crimes e danos morais coletivos contra o Povo Munduruku”.

Segue a baixo o manifesto com seu texto fiel do original expedido pela ASSOCIAÇÃO INDÍGENA PUSURU-AIP.

MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE DO POVO MUNDURUKU

A Associação Indígena Pusuru – AIP, é a associação que representante o Povo Munduruku do Alto Tapajós, nos termos do art. 232, da Constituição Federal de 1988, e investida nesta legitimidade, vem, expor que:

Nós o Povo Munduruku, em Assembleia Geral Extraordinária, realizada 6 e 7/02/23, Aldeia Waro Apômpu, coordenada pelo Conselho Indígena Munduruku do Alto Tapajós - CIMAT, se fizeram presentes caciques e cacicas, guerreiros e guerreiras, professores e professoras, estudantes, pajés, homens e mulheres de dezenas de aldeias, entre os quais o cacique geral dos Munduruku Arnaldo Kabá, nesta indicamos indígenas para: 1) Coordenador do DSEi Rio Tapajós – Tomaz Waro Munduruku; 2) Coordenador Regional da FUNAI/ Itaituba – Hans Amâncio Kaba Munduruku; e, 3) Coordenador da CTL/FUNAI/Jacareacanga – João Akay Kaba. Estes nomes estão submetidos ao Governo Federal, para fins de nomeação.

Ocorre que esse protagonismo de pessoas indígenas, que estão em todo o Brasil sendo nomeadas para administrar os órgãos que cuidam dos indígenas, pelo visto nas redes sociais, blogs e outros, está incomodando pessoas, que fazem diversas matérias e falas, que tratam os indígenas indicados e nomeados como pessoas desqualificadas e despreparadas para cumprir o papel de gestores de seus interesses. Falam sem conhecer o preparo científico e experiência política e institucional dos indígenas nomeados e indicados por suas legítimas representações culturais e institucionais, logo, falam sem conhecer, ou se conhecem, falam por má-fé ou preconceito!

Assim a Pusuru vem apresentar a qualificação e experiência dos indígenas mundurukus indicados. 

1) Tomaz Waro Munduruku:

Formação: a) 2010 – Ensino Médio – Secretaria de Educação do Pará; b) 2016 – Graduação em Pedagogia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA (Resolução CONSUP 063/2013, de 11/07/2013); c) 2022 – Pós-graduado em Educação Escolar Indígena/Faculdade do Tapajós - FAT (Portaria MEC 1.157/2012, DOU 14/09/2012); d) 2022 – Curso de Capacitação do Conselho Distrital de Saúde Indígena Rio Tapajós-CONDISI/RT/ DSEi Rio Tapajós.

Experiência: a) 2007/2022 – Professor em escolas indígenas de Jacareacanga-PA, nas séries inicias até o nono ano - língua portuguesa e materna, história, geografia, matemática e arte; b) 2013/2016 – direção de escolas indígenas de Jacareacanga-PA; c) 2012/2021 – Participou como membro do Conselho Distrital de Saúde Indígena Rio Tapajós - CONDISI/RT; e d) 2022 –presidência do Conselho Distrital de Saúde Indígena Rio Tapajós - CONDISI/RT .      

2) Hans Amâncio Kaba Munduruku:

Formação: a) 1992- Mecânico Reparador do Motor Diesel – SENAI/ Santarém; b) 2009 – Ensino Médio – Secretaria de Educação do Pará; c) 2013-Formação Continuada em Educação Especial e Inclusiva/ Prefeitura de Jacareacanga; d) 2014 – Graduação em Licenciatura Plena em Letras/ Faculdade de Itaituba - FAI (Portaria MEC 2.557/2003, DOU 16/09/2003); e) 2015 – Pós-graduado em Docência Para o Ensino Superior/ Faculdade de Itaituba - FAI (Portaria MEC 279/2009, DOU 03/03/2009);

Experiência: a) 1993/2012 – 5 mandatos - Vereador em Jacareacanga; b) 2013/2014 – Professor de Língua Materna e Língua Portuguesa em escolas indígenas de Jacareacanga-PA; c) 2014 – Ministrou curso de língua indígena Munduruku na Faculdade de Itaituba – FAI; d) 2015- Coordenador do Ensino Modular Indígena do Estado do Pará; e, e) 2017/2020 - Vice-Prefeito de Jacareacanga-PA.  

3) João Akay Kaba:

Formação: a) 2004 – Ensino Médio – Secretaria de Educação do Pará; b) 2006 – Curso de Professor Indígena Munduruku/ Instituto de Educação Estadual do Pará (Resolução CEE/PA n. 162/1983); c) 2011 – Graduação em Pedagogia/ Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA/CE (Portaria Interministerial n. 821 de 31/05/1994 – DOU de 01/06/1994); d) 2022 – Graduação em Licenciatura Intercultural Indígena pela Universidade Estadual do Pará – UEPA/Altamira (Resolução CEE/PA n. 714 de 14/11/2018); e) 2023 – Mestrando em Educação Escolar Indígena/ Universidade Estadual do Pará – UEPA/ Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar Indígena – PPGEEI.

Experiência: a) 1992/2022 – Foi professor em escolas indígenas de Jacareacanga-PA, nas séries inicias até o nono ano -ministrando disciplinas de língua portuguesa e materna, história, geografia, matemática e arte; b) 1999/2006 – Exerceu a direção de escolas indígenas de Jacareacanga-PA; c) 2009/2016 – Coordenador de Educação Escolar Indígena no Sistema de Jacareacanga; d) 2017 - Assessoria Parlamentar na Câmara Municipal de Jacareacanga-PA; d) 2020/2022 - Membro do Conselho Indígena Munduruku do Alto Tapajós.

Esses dados mostram com clareza que são indígenas de elevada capacitação científica e considerável experiência em diversas atividades, em parte correlatas com as atividades dos cargos para os quais foram indicados.

Tudo indica, que são falas de pessoas que não aceitam o protagonismo indígena, mas terão de aceitar que os indígenas passam a cuidar de seus interesses, como todo ser humano, poderão acertar e também errar, mas, é inegável que os estudos, a prática e o trabalho firme, fará dos indígenas indicados ainda mais preparados para ocupar cargos, ter ainda mais sucesso, administrar de forma eficiente e honrar a confiança depositada por nosso Povo Munduruku. Como todo trabalho há riscos de fracasso e sucesso, mas nós confiamos nos parentes indicados e mais que isso vamos seguir lutando e ajudando, para que tudo dei certo!      

Após conhecer estes dados esperamos que parem com essa fala de que são indígenas despreparados e incompetentes ou que fazem parte de uma associação criminosa indígena, após conhecer, seguir assim falando, vamos sentir como manifestação de preconceito!

 FRANCINILDO COSME KABA MUNDURUKU

PRESIDENTE DA AIP

 FF- Força e foco, povo Munduruku.

Reproduzido do Blog FAROFINO

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Lula pode sair fortalecido após invasões em Brasília, mas há riscos de longo prazo ao governo, diz Eurasia

 Para especialistas, episódio não deve gerar crise, mas deve servir de alerta ao governo de que Lula enfrentará oposição mobilizada em sua gestão

Para especialistas, episódio não deve gerar crise, mas deve servir de alerta ao governo de que Lula enfrentará oposição mobilizada em sua gestão Os atos golpistas que culminaram na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo (8), em Brasília, são “dramáticos”, mas não devem gerar riscos de curto prazo. Os maiores desafios estariam para o futuro do governo. É o que avaliam os analistas da Eurasia Group, consultoria de risco político internacional, em relatório distribuído a clientes. Para os especialistas, é possível que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até ganhe maior apoio no Congresso Nacional e de parte da opinião pública ao longo dos próximos dias e semanas. “Há um risco de agitação sustentada, dadas medidas duras do governo Lula, mas isso parece improvável. As repercussões de curto prazo parecem limitadas”, afirmam. Também jogam contra tal cenário o baixo apoio popular e político aos atos, além dos esforços do atual presidente em manter, tanto quanto possível, elevados índices de popularidade – o que se verificou com medidas como a prorrogação da isenção de imposto federal sobre combustíveis. Por outro lado, a consultoria observa desafios para o novo governo no longo prazo. “Mesmo que os eventos de hoje minem a credibilidade do movimento bolsonarista devido ao engajamento violento, que a classe política e mesmo o público condenarão, eles são um forte lembrete que Lula enfrenta um país profundamente polarizado”. Os analistas lembram que Lula deve enfrentar, ao longo de todo seu mandato, uma oposição simpática ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que se sente lesada pelo último processo eleitoral e que pode tomar as ruas em ações que podem se tornar violentas no futuro. Os riscos, eles avaliam, podem crescer na medida em que o atual governo perde apoio popular, em meio aos desafios econômicos postos. Há uma percepção de que as restrições fiscais impostas e o quadro de juros altos podem prejudicar uma retomada mais vigorosa da economia brasileira, dependendo dos caminhos escolhidos pela nova administração. “Embora especialistas argumentem que os eventos fortalecem Lula e isolam Bolsonaro, o último precisa ser visto com muita cautela. Sim, é verdade que Lula sairá fortalecido no curto prazo e que o movimento bolsonarista estará mais isolado. A maior parte do público que votou em Bolsonaro repudiará os atos de vandalismo”, observam. “Mas os motivos subjacentes de desconfiança contra o establishment político e a administração do PT não desaparecerão. No início do mandato de Lula, ele terá apoio popular. Mas se seus índices de aprovação cederem em um contexto de crescentes dificuldades econômicas, ter uma oposição mobilizada disposta a ir às ruas terá repercussões mais significativas sobre a governabilidade. O problema reside em como a base de Bolsonaro pode atuar como um efeito multiplicador para os desafios políticos e econômicos à frente. E assim como [Donald] Trump continua uma figura forte no cenário político dos Estados Unidos após o 6 de janeiro (data da invasão ao Capitólio), o mesmo provavelmente acontecerá com Bolsonaro no Brasil”, dizem. Os especialistas destacam, ainda, que a possível reação das cortes superiores nos próximos dias pode aprofundar o ambiente de polarização política. E avaliam que as chances de Bolsonaro enfrentar ações que podem suspender seus direitos políticos aumentaram, embora ainda sejam consideradas por ele baixas. Este poderia ser um gatilho para mais instabilidade. 

Fonte: https://www.infomoney.com.br/politica/lula-pode-sair-fortalecido-apos-invasoes-em-brasilia-mas-ha-riscos-de-longo-prazo-ao-governo-diz-eurasia/ 

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https://noticias.r7.com/brasilia/videos/veja-o-momento-em-que-manifestantes-furam-bloqueio-da-pm-para-invadir-congresso-08012023

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

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